Na tarde desta sexta-feira, 02, a Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, através da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), iniciou um trabalho voltado ao empoderamento feminino. A ação, que terá duração de quatro semanas, terá como público alvo as mulheres integrantes do Grupo Poderosas, assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
O projeto será desenvolvido pelas estudantes do curso de Serviço Social, que realizam o seu estágio no município, em quatro encontros. Na oportunidade serão atendidas cerca de 20 mulheres, que durante as próximas três sextas-feiras do mês de março irão participar de debates sobre temas ligados à saúde feminina, convívio e relacionamento com pessoas.
A ideia partiu da estagiária Gilmara Prata, ao identificar a necessidade de empoderar e conscientizar as mulheres que frequentam o CRAS. “Logo quando cheguei conheci todas elas e percebi que esse grupo de mulheres estava precisando de uma atenção maior, por isso, junto com a outra estagiária, resolvemos dar essa atenção e focar neste trabalho, para elevar a autoestima de cada uma. Fizemos o projeto escolhemos o tema, para mostrar a cada uma delas a capacidade que elas têm”, explica a estudante.
A assistente social que supervisiona as estagiárias, é Ana Carolina, que fez questão de reafirmar o apoio concedido pela SMAS à iniciativa. “Fizemos questão de dar todo suporte para que ação pudesse ser realizada. Abraçamos a causa por ver a fragilidade dessas mulheres e por sentir que precisávamos movimentar o grupo, agitar e mostrar a força que essas mulheres têm para o mundo e para si mesmas. As estagiárias escolheram as temáticas e dinâmicas, tudo isso para unir as mulheres e resgatar a sua autoestima. Espero que elas gostem das atividades desenvolvidas e participem ativamente de tudo”, comenta.
A palestra do primeiro encontro tratou sobre o empoderamento feminino e foi realizada pela estudante do décimo período de psicologia, Shirley Ferrão. “A palestra apresentou a perspectiva da saúde mental, a forma como a mulher se vê. Fizemos questão de destacar as lutas sociais, de mostrar a mulher como centro, dona de si e como a saúde mental pode favorecer esse empoderamento feminino. Além de mostrar a importância da mulher se perceber como indivíduo independente, de como ela se vê na sociedade. Que ela seja dona das próprias escolhas e não se importe com o que os outros possam dizer sobre ela. E é importante tratar sobre esse assunto, trazer a comunidade para ouvir, afinal nós estamos batalhando para ganhar o nosso lugar sempre”, conta Shirley Ferrão.
A aposentada Marilene da Silva, uma das integrantes do Grupo Poderosas, relata que a sua vida mudou após os encontros no Cras. “Esse projeto me beneficiou, eu estava precisando conviver em grupo, foi uma recomendação da psicóloga, precisava conviver com pessoas que não soubessem da minha realidade e foi aqui que me encontrei. Já completei 60 anos, com isso, eu teria que deixar o grupo das mulheres e fazer parte do grupo dos idosos, mas o meu lugar é nesse grupo, me sinto bem aqui, estou me sentindo mais leve. A diferença já pode ser notada por essa entrevista que estou concedendo, antes eu não saia nem do meu lugar”, revela.
Por Giovane Mangueira