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Cultura sem limites: Projeto de enfrentamento ao trabalho infantil acolhe crianças e adolescente do município

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Criado em março deste ano, o ‘Cultura sem limites” realiza oficinas de cidadania, karatê e percussão

Como estratégia para atrair crianças e adolescentes a realizarem atividades que contribuam diretamente para a sua formação como cidadãos e, principalmente, diminuir o índice de jovens no exercício irregular do trabalho infantil, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), através do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), e em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Socorro, desenvolve o projeto ‘Cultura sem limites’.

Custeado pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), o projeto nasceu no dia 20 de março de 2019 e desde então vem realizando oficinas de cidadania, karatê e percussão para os 19 alunos entre 06 e 17 anos assistidos pelo projeto. Através do repasse de 1% do orçamento anual do município, o ‘Cultura sem limites’ possui recurso avaliado em R$8 mil mensal, utilizado para o pagamento de profissionais, oficinas, vestimentas, instrumentos e lanches.

De acordo com a presidente do CMDCA, Michelle Marry, o projeto de enfrentamento ao trabalho infantil é compactuado com o Ministério Público. “O Ministério Público é um parceiro e quando ele conversa conosco a preocupação é sempre estar oportunizando espaços para as crianças e adolescentes do município, a fim de que tenham os direitos respeitados. Conversamos com o juiz da infância e foi assim que publicamos o primeiro edital de projetos do município 01/2018”, declarou.

Apesar de pouco tempo de implantado, a coordenadora do projeto, Roziete Almeida, já visualiza a evolução das crianças, principalmente no quesito responsabilidade, comprometimento e inclusão, além das habilidades técnicas. “Nós temos realizado um trabalho de buscativa às famílias conscientizando de que criança não deve trabalhar, mas sim estudar e brincar. Nas oficinas queremos plantar a perspectiva com relação ao futuro deles, através dessas atividade que, por ventura, eles possam se identificar e seguir uma carreira na área. Por isso, também temos feito reuniões com as famílias e, além disso, fazemos dinâmicas para conscientizá-las do trabalho infantil”, explicou.

Segundo a gerente administrativa da Apae, Adriana Gregório, a capacidade do projeto é de atender 50 crianças e adolescentes. “Nós temos encontrado uma resistência mais em relação a conscientização dos familiares que não entendem a importância de inserir a criança num projeto como este. Outro fator que também tem ‘dificultado’ de trazer crianças para o projeto é que muitas escolas da rede municipal de ensino funcionam de maneira integral, o que é maravilhoso porque sabemos que a Prefeitura tem oferecido mais estudo, mais opção para que as crianças, adolescentes e familiares digam não ao trabalho infantil”, declarou.

Para a realização das atividades, o projeto também conta com a parceria da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer, Turismo e Juventude (Semeltju), que cede o espaço durante as quintas, sextas, das 08h30 às 11h, e sábados das 09 às 11h.

Outras ações

Além deste projeto, outras atividades vêm sendo realizadas pelo CMDCA para conscientizar a população acerca da necessidade em manter este público dentro do ambiente escolar, como por exemplo, a realização de trabalhos educativos nas feiras livres do município.

“A gente tem, em muitos casos, a resistência das famílias, porque estamos em tempos de crise, desemprego e infelizmente sobra para as nossas crianças. Os pais, nós não estamos culpando essas famílias, mas por questões de esclarecimento e carência econômica, colocam as crianças em situação de violação de direitos. Criança tem que brincar e estudar, um direito fundamental que é preconizado no ECA”, explicou.

Por: Bruna Evelyn

Fotos: Igor Mamedio

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