"Balé é tudo para mim. Eu mudei muito meu comportamento, a minha forma de pensar e aprendi a trabalhar em grupo e respeitar mais o próximo". Essas foram apenas algumas das mudanças positivas que a dança trouxe para a vida da estudante Gláucia Santos, 15 anos. Ela entrou no projeto Balé na Escola, do município de Nossa Senhora do Socorro, há pouco mais de três anos, quando estudava na Escola Municipal José do Prado Franco Sobrinho, e não parou mais. "Eu não quero deixar o grupo nunca", enfatiza a jovem, que hoje ensaia no conjunto Santa Cecília, na Escola Municipal João Garcez Vieira.
A jovem Silvânia Alves dos Santos, 8 anos, também vem colhendo os bons resultados da dança. De acordo com a mãe da jovem, Adriana Alves dos Santos, a atividade mudou muito a filha. "Ela era muito agitada, mas depois de dois meses de balé está muito mais calma", opina. Ela diz que, além de ser uma atividade física, a dança serve como forma de interação social para a menina, que cursa o 3º ano na escola onde são realizadas as aulas.
O projeto é coordenado pela professora Anúbia Melo que no ano de 2006 foi convidada pela secretária de Educação da gestão anterior para ministrar aulas em uma unidade escolar da cidade que apresentava altos índices de violência entre as alunas. "O intuito era trabalhar com artes para tirar as meninas da ociosidade. Então, demos a ideia de trabalhar com a dança, que sempre proporciona novos caminhos", enfatiza.
Com a experiência positiva, o projeto foi estendido para 13 escolas municipais, que possuem aulas em três pólos duas vezes por semana. "Um deles funciona no Parque dos Faróis, na Ação Social, com a professora Míriam, que é altamente qualificada e ministra aulas de balé clássico, jazz e dança do ventre; outro no conjunto João Alves, na escola Nair Menezes Santos, com a professora Nadja, que também dá aulas de balé clássico e jazz, e aqui no Santa Cecília, comigo", explica Anúbia.
Os educadores também sentiram a necessidade de criar um campo para os garotos na dança e abriram uma turma de street dance. As aulas são coordenadas pelo professor Ed no Sesi do conjunto João Alves. "Esse projeto trabalha com jovens de sete a 14 anos e hoje a gente tem proporcionado a profissionalização desses alunos. Há meninas com quase seis anos de curso que estão sendo convidadas a darem aulas em outras escolas. Outras querem prestar vestibular para dança. Então, essa oportunidade que elas estão tendo, ofertada pela prefeitura, através da Secretaria Municipal de Educação, é de abrir caminhos mesmo", explica a coordenadora.
Empenho
Anúbia destaca que os bons resultados existem mesmo com algumas dificuldades encontradas para a execução do projeto. "Nós ressaltamos o esforço do secretário de Educação e da prefeitura em nos auxiliar. O fardamento das meninas, por exemplo, foram cedidos pela administração municipal", destaca, enfatizando que o trabalho é feito com muito amor e dedicação. "Ficamos emocionados em ver os resultados. Aqui no Santa Cecília mesmo tivemos algumas resistências no início, mas hoje vemos as meninas tranquilas e amigas. A dança tem esse poder de transformar as pessoas", aponta.
Convite
A coordenadora diz que o grupo está preparando o espetáculo Cantos e Encantos da Infância, que deverá ocorrer às 18h do dia 4 de outubro, no teatro Tobias Barreto, em Aracaju. "Desde já convidamos a todos a prestigiarem o nosso evento, que será todo voltado para o mundo infantil", lembra Anúbia.