Durante todo o mês de setembro é desenvolvido o Setembro Amarelo, campanha de valorização da vida. Com o objetivo de discutir a importância do cuidado da saúde mental com os trabalhadores da saúde, a Prefeitura de Socorro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizou na manhã desta terça-feira, 6, o III Seminário de Saúde Mental “Bem Me Quero”.
O seminário aconteceu no auditório do Centro de Excelência Profissionalizante Professora Neuzice Barreto, e reuniu autoridades e trabalhadores da área da saúde dos municípios que fazem parte da Regional Socorro. Os temas foram discutidos por meio de palestras e bate-papo. Além disso, o III Seminário foi marcado por apresentações musicais e artísticas, e exposição de trabalhos manuais, produzidos pelos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
O prefeito de Socorro, Padre Inaldo, aproveitou o seminário para parabenizar e ressaltar o reconhecimento que tem pelo trabalho desenvolvido pelos trabalhadores da saúde. “Cada um de vocês, que atuam na área da saúde, estão de parabéns pela forma que se dedicam e se entregam para ajudar o próximo. O maior sentido do trabalho é poder servir as pessoas, se a gente não servir e não se colocar na sintonia de compromisso com o próximo, não tem sentido aquilo que exercemos na sociedade. Por isso, agradeço pela forma que vocês acolhem a população que precisa de ajuda de uma maneira especial, e pela representação e presença do poder público, do município, que é manifestada por cada um de vocês”, disse o prefeito.
O coordenador da Atenção Básica, Izidério Souza, representou o secretário de Saúde, Enock Ribeiro, durante o evento. Ele destaca que o seminário acontece pela terceira vez no município e conta com a participação de várias categorias profissionais, o que ajuda na formação de uma visão diferenciada, com a proposta de trabalhar ainda mais o Setembro Amarelo em todas as redes e serviços existentes no município.
A coordenadora dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Joelma Souza, enfatiza o intuito do seminário. “Historicamente a saúde mental é alvo de preconceito e discriminação. Precisamos dissolver esse estigma e falar sobre o assunto, pois é a melhor forma de promover e difundir a valorização da vida. Assim, criamos um espaço com várias categorias de profissionais de saúde, para juntos conversarmos sobre o tema”, destaca a coordenadora.
O enfermeiro da UBS Antônio Carlos Leite Franco, localizada no Santo Inácio, André Luiz de Jesus, participou do seminário e ressalta a importância que os temas discutidos têm para os trabalhadores da saúde. “Estou bastante satisfeito com tudo que foi apresentado, porque foram tratados temas interessantes. Houveram pessoas que falaram sobre espiritualidade, trouxeram músicas, o que proporcionou um misto com a terapia ocupacional, para tratar do tema. Os temas trazidos foram passados de forma singela, o que gerou envolvimento de todas as pessoas presentes”, disse o enfermeiro.
*Palestrantes*
O juiz de Direito, Dr. Manoel Costa Neto, discutiu o suícidio, segundo Émile Durkheim. “Escolhi falar sobre o suicídio, devido a quantidade de pessoas que se matam, que é muito grande. Existem os suicídios direto, indireto e silencioso. Eu me baseio em Émile Durkheim, quando ele coloca que o suicídio pode ser egoísta, altruísta ou anômico, para que a gente possa entender essa malha social que é complexa, porque não tem equação matemática que se aplique, todo ser humano é uma incógnita. É bastante importante discutir essa temática com o público do seminário, pois ser trabalhador da saúde é uma missão desafiadora, as pessoas não chegam adoecidas só do corpo, elas também chegam adoecidas da alma, por isso é tão importante que os trabalhadores tenham suporte”, enfatiza o juiz de direito.
O psicólogo e psicanalista, Pedro Henrique Nunes abordou a temática: Vamos falar sobre suicídio? Ele destaca porque o tema foi escolhido. “Nós precisamos falar de suicídio sempre, para que assim seja possível quebrar o tabu. Discutir o tema na mídia estimula a prática, porque a forma como é falado, desperta o desamparo, que é inerente a cada sujeito, e esse desamparo pode dar ideia de uma representação de cometer o mesmo ato. Mas, falar sobre suicídio em um momento como o semiário, é fundamental. A gente não tem como prevenir o suicídio, mas precisamos levantar as questões que levam o suicídio, sejam elas: sociais, individuais ou da irterrelações das pessoas, que trazem esse mal estar social, que ocasiona e que leva o suicídio”, destaca o psicólogo e psicanalista.