O secretário de Planejamento do município de Nossa Senhora do Socorro, Gledson Oliveira, e o advogado Clay Anderson estiveram, a pedido do prefeito Fábio Henrique, reunidos com moradores da invasão do Rio do Sal, situada próximo à ponte do conjunto João Alves, na manhã do sábado, 15, para tentar achar uma solução a respeito do corte de energia efetuado pela Energisa na última semana. O fato aconteceu, segundo a empresa, devido à necessidade de cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal (MPF), estabelecido em 2006.
Gledson Oliveira explica que a reunião foi marcada após a prefeitura ser procurada por uma comissão de moradores na última sexta, 14, que estavam preocupados com a situação. ‘Fizemos questão de vir restabelecer a verdade e buscar auxiliá-los no que estiver ao nosso alcance. Mas sabemos que foi publicado na imprensa que havia responsabilidade do prefeito no corte de energia, o que não condiz com a verdade. O que existe é um TAC entre o MPF e a Energisa para que áreas de preservação ambiental não possam ter energia, e o acordo foi então executado. Fábio Henrique colocou então toda a prefeitura à disposição, inclusive o advogado Clay Anderson, para que a gente possa auxiliar os moradores na resolução desse problema”, explicou.
Após conversa com a população, foi formada uma comissão com cinco moradores que irão na segunda, 17, ao MPF para conversar com a procuradora responsável pelo caso. “Nós nos colocamos à disposição aqui na Associação de Pescadores para eleger uma comissão que, juntamente com um advogado da prefeitura, irá até o Ministério Público tentar uma solução para isso”, apontou o secretário. Ainda segundo Gledson, além de solucionar a questão do corte de energia, é preciso que o MPF chame o Governo do Estado para que possa estabelecer um prazo de entrega das novas casas do Programa Pró-Moradia para que a comunidade possa desocupar a área de preservação.
Desde o corte da energia nas casas da comunidade, os moradores têm passado por situações difíceis. “Nós somos pescadores e precisamos congelar os peixes que pegamos. Muitas pessoas têm ficado com comida estragada e com dificuldades, como por exemplo, dar nebulização às crianças. Alguns moradores já tiveram problema até com velas, que queimaram as coisas em casa’, explicou o presidente da Associação de Pescadores do Rio do Sal, Francisco dos Santos.
O líder comunitário diz que compreende que o fato não depende da prefeitura e se mostra muito agradecido com o apoio do prefeito Fábio Henrique. “O secretário de Planejamento vai com mais cinco moradores até o Ministério Público Federal para a gente tentar ver o que pode ser feito pela comunidade, o que já é um grande avanço”, disse.