Dentro das atividades da Campanha 16 dias de Ativismo pelo fim da violência contra a Mulher, a Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (CMPPM) promoveu na manhã desta sexta-feira, 06, na sede administrativa da Prefeitura de Socorro, um espaço de diálogo com a participação do prefeito Padre Inaldo e os servidores municipais sobre o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, celebrado hoje.
Na oportunidade, a assistente social e coordenadora da CMPPM, Lorena Bastos, falou sobre a importância da participação masculina nessa luta que é de todos. “A gente precisa que os homens somem conosco no combate a violência contra a mulher, não basta apenas dizer ‘eu não faço’ é preciso conscientizar os companheiros a também não fazer, por isso essa ação visa fazer um chamamento para que os homens se sensibilizem com a causa. Precisamos em conjunto colocar um fim nesses ciclos de violência em nosso município. Ano passado Nossa Senhora do Socorro estava em primeiro lugar como cidade mais violenta contra as mulheres, reduzimos essa estatística, mas ainda estamos em segundo lugar, ou seja, ainda há muito trabalho a fazer”, pontuou.
O prefeito Padre Inaldo ressaltou que para combater os números de violência contra a mulher é importante entender que em um relacionamento amoroso a companheira não é propriedade do homem. “As estatísticas que temos são no mínimo preocupantes, e nessa luta os homens precisam ter a ciência de que a mulher não é um objeto do homem, além de que precisamos saber entrar em um relacionamento e principalmente sair dela quando não estiver mais dando certo. Os ciclos de violência precisam ser combatidos, lembrando que agressão não é só física, mas também verbal e psicológica, e que as mulheres muita das vezes por conta da vulnerabilidade social e dependência financeira não conseguem sair de relacionamentos violento”, destacou.
Para o servidor Wallison Oliveira, essas ações devem sempre ser apoiadas. “Acho muito importante essa campanha que a Prefeitura está apoiando, porque essa temática é muito preocupante, e nada mais justo do que orientar para que problemas maiores sejam evitados futuramente”, afirmou.
Os participantes foram convidados a colocarem uns nos outros uma fita branca, símbolo do movimento masculino pelo fim da violência contra a mulher, mostrando que estão dispostos a lutarem junto por essa causa. Com o tema “Nossa Senhora do Socorro NÃO tolera violência contra a mulher”, a campanha segue com outras atividades e ações até o próximo dia 10, como destaca a coordenadora da CMPPM. “Ainda temos outras ações nessa campanha, além do trabalho contínuo em torno dessa tema, é necessário sempre lembrar que as mulheres que estão dentro desses ciclos de agressão precisam de ajuda e têm sempre a disposição os canais de de denúncia, principalmente o 180”, ressaltou.
Campanha do Laço Branco
A campanha do Laço Branco está presente em mais de 50 países em todos os continentes e é apontada pela ONU como uma das maiores iniciativas mundiais direcionadas para a temática do envolvimento de homens com a violência contra a mulher. Ela tem o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher, a partir de diversas ações realizadas por diferentes setores da sociedade que se encontram engajados na luta pela promoção da equidade de gênero e superação das desigualdades entre homens e mulheres.
No Brasil uma lei federal de 2007 instituiu o dia 6 de dezembro como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher. A data remete a um evento ocorrido em 1989, em Montreal, no Canadá, quando Marc Lepine, de 25 anos, invandiu uma sala de aula da Escola Politécnica. Ele ordenou que os homens se retirassem e começou a atirar, assassinando 14 mulheres. O rapaz suicidou-se em seguida, mas deixou uma carta justificando o ato: não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino. O laço branco foi adotado como símbolo e lema de jamais cometer um ato violento contra as mulheres e de não fecharmos os olhos frente a essa violência.
Por: Ana Lúcia Carmo
Fotos: Douglas Felipe