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Crescimento de Nossa Senhora do Socorro, SE, faz da cidade importante mercado

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A estabilidade e o aumento do poder aquisitivo transformaram a cidade dormitório. O comércio local cresce acima da média nacional e dez novas indústrias estão chegando.

O JN no Ar está entrando na reta final. A última semana de viagens pelo Brasil começou na cidade sergipana de Nossa Senhora do Socorro.

Sergipe: 2 milhões de habitantes vivem no menor estado do país.

''O que eu mais gosto em Sergipe é o povo, povo que é animado, povo alegre”, conta uma moradora. “O Rio São Francisco, aquele canyon maravilhoso nosso”, diz um homem.

A economia, baseada no setor de serviços, é a segunda menor da Região Nordeste. Mas a renda média mensal do estado, de R$ 743, é a maior da região.

O acesso à rede de esgoto, 42%, está abaixo da média do país de 50%. A taxa de mortalidade infantil, 30, é maior que a média brasileira de 19,3. O mesmo acontece com a taxa de analfabetismo. Sergipe tem quase 1,5 milhão de eleitores.

O repórter Ernesto Paglia falou, ao vivo, do aeroporto de Aracaju, que fica perto de Nossa Senhora do Socorro, com apoio d TV Sergipe.

Pertinho é a palavra, são 12 quilômetros que separam Aracaju de Nossa Senhora do Socorro. Um caso raro de cidade dormitório que não ficou apenas com o lado ruim da vizinhança com a capital. Pelo contrário, hoje, Nossa Senhora do Socorro está recebendo o crescimento de Aracaju que, de certa forma, transbordou para essa cidade vizinha. Que fica, nesse momento, com o desafio de administrar esse crescimento para que seja positivo para a sua população.

Três séculos atrás, a Igreja de Nossa Senhora do Socorro ficava longe, muito longe de Aracaju. Hoje, quem sai da capital quase nem percebe que mudou de município.

A cidade nova cresceu com oito conjuntos habitacionais para alojar cem mil pessoas. Na maioria, gente que trabalha em Aracaju. O transporte é integrado ao sistema da capital.

A estabilidade e o aumento do poder aquisitivo transformaram a cidade dormitório em mercado e fizeram o comércio local crescer acima da média nacional.

Movimento que atraiu o novo shopping. O empreendimento nasceu com 56 lojas. Vendeu tão rápido que o dono resolveu dobrar o tamanho e já negociou quase tudo.

''A cidade que mais cresce hoje no Nordeste é Socorro, em termos de índice populacional. É maravilhoso lugar para investir, em função de que nós já temos uma infraestrutura espetacular de avenidas, largas, ciclovias, e todo esse volume de gente para consumir”, declarou o empresário Emanuel Teles.

E não é só o comércio. Dez novas indústrias estão chegando. Os preços altos da capital e a mão de obra qualificada em Socorro levaram a fábrica de fios de algodão. O equipamento já está em fase de testes.

''Nós temos aqui uma mão de obra que nós estamos mais próximos de nossas necessidades e qualificada da forma que nós esperamos. Queremos priorizar o nosso estado e a região mais próxima da nossa capital”,explicou o engenheiro Israel Trindade.

O crescimento leva emprego, mas, por conta dos incentivos, a prefeitura não vai arrecadar mais e o gasto vai aumentar. Há previsão de crescimento de 25% da população nos próximos cinco anos.

Um dos bairros surgiu de uma invasão. Hoje, tem pelo menos 6 mil pessoas e nenhuma infraestrutura.

“Aí está tudo calçado, tem posto policial, e aqui não tem. Tem posto de saúde e aqui não tem nada”, reclamou uma moradora.

O único hospital público está em reforma. O centro cirúrgico está fechado desde junho do ano passado. Promete reabrir com o dobro da capacidade. Mas vai continuar sem especialidades como a ortopedia.

''Desloquei o braço, aí vim aqui e o rapaz disse que eu tinha que ir para Aracaju. Aí falei: ‘Não vou não’. Eu mesmo consegui colocar no lugar, doeu que só, mas…”, disse um morador.

Num povoado, uma das duas fábricas de cimento do município é acusada de desestabilizar mais de 30 casas com as suas explosões diárias. A indústria nega responsabilidade.

O crescimento dos últimos tempos ainda não levou nada de bom para Dona Maria Ilza. A moradora do mangue acusa uma empresa vizinha de envenenar a água.

Sinais de que Nossa Senhora do Socorro precisa trabalhar para que o progresso seja bom para a maioria dos seus moradores. E não ameace o que restou da natureza.

''Só vivia de maré. Pescava de manhã e de noite, duas vezes por dia. Para manter os meus filhos. Toda sexta-feira, ia vender meus mariscos e fazer a feira para dentro de casa. E hoje não estou fazendo nada”, se queixou a pescadora Maria Ilza Santos.

Fonte: g1.globo.com

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