O município de Nossa Senhora do Socorro é conhecido pela forte culinária que envolve o camarão, como a moqueca e bobó. Por esse motivo, a produção desta iguaria por meio da carcinicultura cresce cada vez mais. Para fornecer e auxiliar a forma correta e legal, a Prefeitura por meio da Secretaria de Agricultura e Pesca desenvolve orientação junto com carcinicultores.
A carcinicultura é a técnica de criação de camarões em viveiros, muito desenvolvida, atualmente, no litoral brasileiro. O crustáceo se destaca como iguaria fina e também de grande valor nutritivo. A produção demonstra grande resistência na criação em cativeiro, permitindo a criação em altas densidades e, além disso, trata-se de um produto que tem um mercado crescente. Em Socorro, especificamente, o camarão mais encontrado é o do tipo cinza, o que caracteriza a criação em cativeiro (modo viveiro).
Para poder equilibrar e manter o crescimento ordenado, a secretaria municipal realiza orientação necessária para informar os caminhos a serem percorridos para aquisição da licença para produção. Caso o produtor não consiga, este fica passível das punições da legislação brasileira. De acordo com o secretário Pastor Alves, atualmente, apenas 10 produtores possuem licença. “Estamos dando assistência necessária para informar o meio correto e legal para obter licença ambiental de produção. A gente procura acompanhá-los no que eles precisam. Temos uma equipe qualificada na secretaria para orientar como pleitear a obtenção da documentação e quais órgãos devem procurar”, explica.
Com apenas quatro meses produzindo camarão em viveiros, o carcinicultor Francisco José dos Santos afirma que só iniciou a atividade após o documento. “Há três meses comecei nesse ramo. Então, ainda não consegui ter o lucro, só investimento. Comprei 60 mil larvas e aguardo o período para recolher aproximadamente 320 quilos de camarão. Agradeço à Prefeitura pela orientação e estou ciente dos deveres que tenho que cumprir com os viveiros”, conta.
A produção de camarão em Socorro pode ser vista em algumas regiões, como no povoado Aratu, no Complexo da Taiçoca. “Estamos dando a orientação de conscientização para os carcinicultores sobre o dever de ter a licença. Após isso, vamos dando as condições necessárias para introduzir a produção no mercado de trabalho. Inclusive, o desenvolvimento do crustáceo nos viveiros com o alimento natural para reduzir o impacto ambiental. Estamos estimulando não usar ração, pois a composição química no resultado acarreta uma degradação considerável para o meio e a produção”, detalha o engenheiro de Pesca da secretaria, Ricardo Evangelista.
Assim como Francisco, o carcinicultor João Carlos Rodrigues obteve a licença. “Vivo disso há quatro anos e só agora estou regular. Fico satisfeito com meu trabalho, pois consigo inserir toda a família nos meus quatro viveiros. Toda a produção que consigo, que gira em torno de 900 quilos, vendo para as feiras livres. O meu próximo passo é conseguir abrir uma empresa para expandir o comércio”, destaca.
Agricultura e pesca em Socorro
Ainda para o secretário de Agricultura e Pesca, Pastor Alves, o poder público municipal está engajado nos temas que envolvem a pasta. “No próximo mês, marcamos uma audiência com o Ministro da Pesca para levar a demanda do município. Ele demonstrou interesse em nos ajudar nessa área assim como nas demais atividades que realizamos por aqui”, informa deixando expectativa de que novidades poderão surgir para os munícipes.